sábado, 2 de setembro de 2023

Se Deus é bom, por que existe o mal?

 Diante da grandeza de Deus e da diversidade de pensamentos que existem para tentar explicá-lo, é plausível dizer que a verdade é revelada pelo próprio Deus, o Espírito Santo, que se manifesta onde quer (Jo 3,8 “O vento sopra onde quer...”).

Crer em algo por causa da autoridade de Deus é diferente de acreditar por ter as condições de certeza daquilo. A fé não acontece naturalmente sem motivo e, precisamente, esse motivo é racional, caso contrário seria fideísmo. Para Santo Agostinho, a razão natural é concedida por Deus aos homens para que conheçam a verdade. Outro meio mais elevado é a Revelação, que se conhece a verdade pela fé, meio que alcança o que a racionalidade unicamente não dá conta, ascendendo assim a premissa de que fé e razão caminham juntas. Santo Agostinho conclui que é necessário “crer para compreender, compreender para crer”, haja vista que, em sua experiência pessoal, o fato dele crer o fez ver mais verdades e com muito mais clareza, as quais ele não enxergava antes – uma conversão muito mais intelectual do que moral.

As Sagradas Escrituras nos ensinam (Hb 11,1) “que a fé é o fundamento da esperança, é uma certeza a respeito do que não se vê”. Nos ensinam também que (Hb 11,3) “pela fé reconhecemos que o mundo foi formado pela palavra de Deus e que as coisas visíveis se originaram do invisível”. Nas palavras de Santo Agostinho: “Ter fé é assinar uma folha em branco e deixar que Deus nela escreva o que quiser. Ter fé é acreditar naquilo que você não vê; a recompensa por essa fé é ver aquilo em que você acredita”.

O cristianismo vem depois da filosofia, provocando uma continuidade mais do que uma escolha. Somente unindo fé e razão, filosofia e cristianismo, é possível fazer teologia. O reconhecimento do papel da razão filosófica tanto nos prepara para o ato de fé como no conhecimento das verdades reveladas. Portanto ciência e religião se complementam, e juntas podem trazer uma grande contribuição para construção do pensamento epistemológico.

O ser humano anseia por um sentido de vida, e não são poucos que anseiam por respostas. Uma pergunta frequentemente feita por religiosos ou não crentes é: se Deus é bom, por que existe o mal?

Santo Agostinho mostra que o problema ou a origem do mal não está em Deus que, segundo ele, é bom e justo, mas no homem com seu livre arbítrio e suas escolhas. É comum pensar que o livre arbítrio é um tipo de liberdade concedida para que se escolha entre o bem e o mal, mas no pensamento agostiniano o livre arbítrio não é concedido para que se escolha o mal, mas sim uma condição para escolher o bem. Aqueles que escolhem o mal, usam errado a liberdade recebida e serão mais infelizes. Aqueles que escolherem o bem, terão usado corretamente a liberdade recebida e serão felizes. Agostinho ainda explica que a função do livre arbítrio é garantir que nenhuma criatura racional seja obrigada a amar a Deus. Não existe amor sem liberdade e, por isso, se o livre arbítrio for mal utilizado, afasta-se do amor.

Encaro o ensinamento de Agostinho acerca do livre arbítrio como um dos mais oportunos, pois, no meu ponto de vista, esse é um dos temas de maior complexidade de entendimento, tendo em vista a quantidade de males que essa liberdade confere à humanidade e ao próprio Deus. Quantas blasfêmias e ofensas dirigidas ao Sagrado Coração de Jesus! Quantas mortes, mentiras, corrupção, estupros e injustiças dirigidas às pessoas de bem! Se a vontade de Deus é a nossa santificação (1 Ts 4,3), como é possível que tenhamos a capacidade de escolher a nossa condenação? Se Deus nos quer santos, por que ele permitiu que a concupiscência (Tg 1,15) fizesse parte da natureza humana? Como é possível que Deus permita o mal?

Considero a seguinte afirmativa de Santo Agostinho a mais reconfortante: “O Deus Todo-Poderoso, por ser soberanamente bom, nunca deixaria qualquer mal existir nas suas obras se não fosse bastante poderoso e bom para fazer resultar o bem do próprio mal”. Deus é o único que tem a visão do todo: o concreto e o abstrato; o mundo físico e o metafísico. E diante da limitação humana, quando falta argumentos para a razão, a fé fala mais alto, pois a fé nos dá a conhecer aquilo que os olhos não podem ver, e "é por isso que não desfalecemos. Ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se de dia para dia. A nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável." (2 Cor 4, 17-18).

Não é uma filosofia de fácil aceitação para quem não tem uma fé madura. Mesmo diante da realidade de que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16), acreditar no amor de Deus é sempre um ato de fé. E cientes de que no âmbito espiritual o inimigo estará sempre aplicando suas investidas para nos afastar da verdade, pois o demônio é o pai da mentira (Jo 8,44); cientes de que o objetivo do maligno é o de nos separar do amor de Cristo e que vivamos no pecado, é importante recordar o que a primeira carta de São Pedro, capítulo 5, versículos 8 e 9, nos recomenda: “Sede sóbrios e vigiai. Vosso adversário, o demônio, anda ao redor de vós como o leão que ruge, buscando a quem devorar, Resisti-lhe fortes na fé. Vós sabeis que os vossos irmãos, que estão espalhados pelo mundo, sofrem os mesmos padecimentos que vós.” (1 Pedro 5, 8-9). 

Uma fé madura se constrói com uma vida de oração ativa; construindo dia após dia uma maior intimidade com Deus. Santo Agostinho também nos alerta quanto a nossa necessidade de não estagnarmos em nossa vida de oração: “na caminhada para Deus quem não avança, sempre retrocede arrastado pela correnteza de nossa natureza corrompida”. Portanto sigamos perseverantes, com a unção do Espírito Santo.

domingo, 1 de julho de 2012

Simplesmente Líder

O texto seguinte, de Max Gehringer oferece um exemplo simples acerca do comportamento de um líder: servir.

O Raul
Durante minha vida profissional, eu topei com algumas figuras cujo sucesso surpreende muita gente. Figuras sem um vistoso currículo acadêmico, sem um grande diferencial técnico, sem muito networking ou marketing pessoal. Figuras como o Raul.

Eu conheço o Raul desde os tempos da faculdade. Na época, nós tínhamos um colega de classe, o Pena, que era um gênio. Na hora de fazer um trabalho em grupo, todos nós queríamos cair no grupo do Pena, porque o Pena fazia tudo sozinho. Ele escolhia o tema, pesquisava os livros, redigia muito bem e ainda desenhava a capa do trabalho - com tinta nanquim.

Já o Raul nem dava palpite. Ficava ali num canto, dizendo que seu papel no grupo era um só, apoiar o Pena. Qualquer coisa que o Pena precisasse, o Raul já estava providenciando, antes que o Pena concluísse a frase.

Deu no que deu.

O Pena se formou em primeiro lugar na nossa turma. E o resto de nós passou meio na carona do Pena - que, além de nos dar uma colher de chá nos trabalhos, ainda permitia que a gente colasse dele nas provas.

No dia da formatura, o diretor da escola chamou o Pena de 'paradigma do estudante que enobrece esta instituição de ensino'. E o Raul ali, na terceira fila, só aplaudindo.

Dez anos depois, o Pena era a estrela da área de planejamento de uma multinacional.

Brilhante como sempre, ele fazia admiráveis projeções estratégicas de cinco e dez anos. E quem era o chefe do Pena? O Raul.

E como é que o Raul tinha conseguido chegar àquela posição? Ninguém na empresa sabia explicar direito.

O Raul vivia repetindo que tinha subordinados melhores do que ele, e ninguém ali parecia discordar de tal afirmação. Além disso, o Raul continuava a fazer o que fazia na escola, ele apoiava. Alguém tinha um problema? Era só falar com o Raul que o Raul dava um jeito.

Meu último contato com o Raul foi há um ano. Ele havia sido transferido para Miami, onde fica a sede da empresa. Quando conversou comigo, o Raul disse que havia ficado surpreso com o convite. Porque, ali na matriz, o mais burrinho já tinha sido astronauta.

E eu perguntei ao Raul qual era a função dele. Pergunta inócua, porque eu já sabia a resposta. O Raul apoiava. Direcionava daqui, facilitava dali, essas coisas que, na teoria, ninguém precisaria mandar um brasileiro até Miami para fazer.

Foi quando, num evento em São Paulo, eu conheci o Vice-presidente de recursos humanos da empresa do Raul. E ele me contou que o Raul tinha uma habilidade de valor inestimável:...

ELE ENTENDIA DE GENTE!
Entendia tanto que não se preocupava em ficar à sombra dos próprios subordinados para fazer com que eles se sentissem melhor, e fossem mais produtivos. E, para me explicar o Raul, o vice-presidente citou Samuel Butler, que eu não sei ao certo quem foi, mas que tem uma frase ótima: “Qualquer tolo pode pintar um quadro, mas só um gênio consegue vendê-lo".

Essa era a habilidade aparentemente simples que o Raul tinha, de facilitar as relações entre as pessoas. Perto do Raul, todo comprador normal se sentia um expert e todo pintor comum, um gênio. Essa era a principal competência dele.

"Há grandes Homens que fazem com que todos se sintam pequenos. Mas, o verdadeiro Grande Homem é aquele que faz com que todos se sintam Grandes".

Artigos relacionados: Princípios da Liderança, Humildade X Arrogância, Inteligência Emocional, Comunicação Eficaz

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O Pescador e o Banqueiro

Recebi este texto por e-mail há um bom tempo e ponderei ser relevante deixá-lo externalizado neste Blog, pois se trata de uma reflexão que deve estar sempre presente em nossa peregrinação.

Um banqueiro de investimentos americano estava no cais de uma povoação das Caraíbas quando chegou um barco com um único pescador. Dentro do barco, havia vários atuns amarelos de bom tamanho.

O americano elogiou o pescador pela qualidade do pescado e lhe perguntou:

- Quanto tempo gastou para pescá-los?

- Pouco tempo.

- Porque não gasta mais tempo e consegue mais peixes?

O pescador disse que tinha o suficiente para satisfazer as necessidades imediatas da sua família. Então, o americano perguntou novamente:

- Mas o que você faz com o resto do seu tempo?

- Ah! Depois de pescar, descanso um pouco, brinco com os meus filhos, durmo a sesta com a minha mulher, vou ao povoado à noite, onde tomo vinho e toco violão com os meus amigos. Tenho uma vida prazerosa e ocupada…

O americano respondeu:

- Sou um especialista em gestão e poderia ajudá-lo. Você deveria investir mais do seu tempo na pesca e adquirir um barco maior. Depois, com os ganhos, poderia comprar vários barcos e eventualmente até uma frota de barcos pesqueiros. Em vez de vender o que pescou para um intermediário, poderia fazê-lo diretamente a um distribuidor e eventualmente abrir a sua própria distribuidora. Poderia assim controlar a produção, o processamento e a distribuição.

Deveria sair deste pequeno povoado e ir para a capital, de onde gerenciaria a sua empresa em expansão.

- Mas, quanto tempo isso demoraria?

- Entre 15 e 20 anos.

- E depois?

O americano riu e disse que essa era a melhor parte.

- Quando chegar a hora poderá anunciar uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) e vender as ações da empresa ao público. Ficará rico, terá milhões!

- Milhões… E depois?

- Poderá então aposentar-se. Morar em uma cidade da costa, onde poderá dormir até tarde, pescar um pouco, brincar com os seus filhos, dormir a sesta com a sua mulher, ir todas as noites ao povoado tomar um vinho e tocar violão com os seus amigos.

- E, por acaso, isso não é o que eu já tenho?

MORAL DA HISTÓRIA:
Quantas vidas se desperdiçam buscando alcançar uma felicidade que já se tem, mas que muitas vezes não se consegue perceber. A verdadeira felicidade consiste em apreciar o que temos e não em nos sentirmos mal por aquilo que não temos.

“Se choras por ter perdido o sol, as lágrimas não te deixarão ver as estrelas“.

A felicidade é um trajeto, não um destino!

Autor desconhecido


Artigos relacionados: A armadilha dos objetivos , Para que melhorar, Trabalhe com paixão, Projeto do Autoaperfeiçoamento, Administre sua vida.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Modismo ou Inovação?

Com as constantes transformações cada vez mais velozes ocorridas no mundo hodierno é comum que “novas” teorias e práticas passem a coexistir mais intensamente em nossa rotina. Não obstante, lanço aqui um paradoxo: “nem tudo que é novidade é novo”.

Esse paradoxo até parece com o conhecido adágio “nada se cria, tudo se copia, nada se perde, tudo se transforma”, porém não é bem assim. Existem sim criações, como também existem cópias, aperfeiçoamentos e descobertas. Mas a minha intenção em lançar esse paradoxo é despertar sua atenção para diferenciar um modismo de algo realmente inovador, sem entrar no mérito conceitual de inovação – até mesmo porque há muita divergência e modismo sobre o assunto.

Primeiramente, para evitarmos desentendimentos na comunicação é importante que nivelemos conceitos. Neste caso o significado de modismo é o que está na moda, ou uma jogada de marketing, podendo ser algo efêmero ou não. Normalmente são nomenclaturas diferentes que surgem, mas que, em essência, são isomorfas. Esporadicamente possuem até significados diferentes, mas são utilizadas análoga e equivocadamente.

Eis alguns exemplos de ferramentas e métodos gerenciais e operacionais que, em alguns casos, surgem na forma de estrangeirismos:
v  Just In Time – Sistema Puxado, Pull System, Sistema Kanban.
v  Manutenção Lean – TPM, Manutenção autônoma.
v  Programa 5S – Produção mais limpa, P+L, Housekeeping.
v  Recurso à prova de falhas – Fool Proof, Poka Yoke, Error Proffing, Jidoka, Autonomação.
v  Melhoria Contínua – Kaizen, PDCA.
v  Mentalidade Enxuta – Lean Thinking, WCM, Toyota Production System.
v  Yokoten – Benchmarking.
v  Kata – Padrão, rotina, procedimento.
v  Setup Rápido – Troca Rápida de Ferramentas, SMED.

Portanto, antes de você concluir que está enveredando no viés da inovação, pergunte-se: qual é a essência desta ferramenta, ou filofia, projeto, programa, etc? Será que já não possuímos algo equivalente?

Considero a mudança, na maioria das vezes, necessária, não obstante recomendo às organizações que antes de embarcarem em um modismo deveriam gastar mais energia reforçando a mudança recém-efetuada.

Julio Cesar Gravito de Oliveira
 

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Administrador

Fonte: CRA MG

Insígnias da Profissão
O símbolo escolhido para identificar a profissão do Administrador tem a seguinte explicação justificada pelos seus autores: 
"O quadrado como ponto de partida: uma forma básica, pura, onde o processo de tensão de linhas é recíproco. Sendo assim, os limites verticais / horizontais entram em processo recíproco de tensão".
"As flechas indicam um caminho, uma meta, a partir de uma premissa, de um princípio de ação (o centro)”.
"As flechas centrais se dirigem para um objeto comum, baseado na regularidade (...) as laterais as metas a serem atingidas”.

A pedra e o anel do Administrador
A pedra do administrador é a sua safira azul-escuro, cor que identifica as atividades criadoras, por meio das quais os homens demonstram sua capacidade de construir para o aumento de suas riquezas, tendo em vista suas preocupações não serem especulativas.
Lei nº 4769/65, que criou a profissão de Administrador.

O Juramento
"Prometo dignificar minha profissão consciente de minhas responsabilidades legais, observar o código de ética objetivando o aperfeiçoamento da ciência da administração, o desenvolvimento das instituições e a grandeza do homem e da pátria."

A Oração
"Senhor, diante das organizações devo ter CONSCIÊNCIA de minhas responsabilidades como ADMINISTRADOR.
Reconheço minhas limitações, mas humildemente, junto com meus companheiros de trabalho busco o consenso para alcançar a SOLUÇÃO e tornar o trabalho menos penoso e mais produtivo:
Senhor, despido de egoísmo quero crescer, fazendo crescer, também, os que me cercam e que são a razão de minha escolha profissional;
Senhor, ADMINISTRE o meu coração para que ele siga o caminho do bem, pois, a mim caberá realizar obras sadias para tornar as organizações cada vez melhores e mais humanas."

O Dia do Administrador: 9 de setembro


 
Julio Cesar Gravito de Oliveira

quarta-feira, 11 de abril de 2012

O Tesouro de Bresa

A história abaixo traz uma boa reflexão sobre o conhecimento, extraído do livro “Os Melhores Contos”, de Malba Tahan. Uma curiosidade é que Malba Tahan foi um pseudônimo adotado pelo professor brasileiro Júlio César de Melo e Sousa (1895 – 1974), um grande contador de histórias, escritor, matemático dentre outros feitos.
 
 
Houve outrora, na Babilônia, um pobre e modesto alfaiate chamado Enedim, homem inteligente e trabalhador, que não perdia a esperança de vir a ser riquíssimo. Como e onde, no entanto, encontrar um tesouro fabuloso e tornar-se, assim, rico e poderoso? Um dia, parou na porta de sua humilde casa um velho mercador da Fenícia, que vendia uma infinidade de objetos extravagantes. Por curiosidade, Enedim começou a examinar as bugigangas oferecidas, quando descobriu, entre elas, uma espécie de livro de muitas folhas, onde se viam caracteres estranhos e desconhecidos. Era uma preciosidade aquele livro, afirmava o mercador, e custava apenas três dinares. Era muito dinheiro para o pobre alfaiate, razão pela qual o mercador concordou em vender-lhe o livro por apenas dois dinares. Logo que ficou sozinho, Enedim tratou de examinar, sem demora, o bem que havia adquirido. E qual não foi sua surpresa quando conseguiu decifrar, na primeira página, a seguinte legenda: "O segredo do tesouro de Bresa." Que tesouro seria esse? Enedim recordava vagamente de já ter ouvido qualquer referência a ele, mas não se lembrava onde, nem quando. Mais adiante decifrou: "O tesouro de Bresa, enterrado pelo gênio do mesmo nome entre as montanhas do Harbatol, foi ali esquecido, e ali se acha ainda, até que algum homem esforçado venha encontrá-lo." Muito interessado, o esforçado tecelão dispôs-se a decifrar todas as páginas daquele livro, para apoderar-se de tão fabuloso tesouro. Mas, as primeiras páginas eram escritas em caracteres de vários povos, o que fez com que Enedim estudasse os hieróglifos egípcios, a língua dos gregos, os dialetos persas e o idioma dos judeus. Em função disso, ao final de três anos Enedim deixava a profissão de alfaiate e passava a ser o intérprete do rei, pois não havia na região ninguém que soubesse tantos idiomas estrangeiros. Passou a ganhar muito mais e a viver em uma confortável casa. Continuando a ler o livro, encontrou várias páginas cheias de cálculos, números e figuras. Para entender o que lia, estudou matemática com os calculistas da cidade e, em pouco tempo, tornou-se grande conhecedor das transformações aritméticas. Graças aos novos conhecimentos, calculou, desenhou e construiu uma grande ponte sobre o rio Eufrates, o que fez com que o rei o nomeasse prefeito. Ainda por força da leitura do livro, Enedim estudou profundamente as leis e princípios religiosos de seu país, sendo nomeado primeiro-ministro daquele reino, em decorrência de seu vasto conhecimento. Passou a viver em suntuoso palácio e recebia visitas dos príncipes mais ricos e poderosos do mundo. Graças ao seu trabalho e ao seu conhecimento, o reino progrediu rapidamente, trazendo riquezas e alegria para todo seu povo. No entanto, ainda não conhecia o segredo de Bresa, apesar de ter lido e relido todas as páginas do livro. Certa vez, então, teve a oportunidade de questionar um venerando sacerdote a respeito daquele mistério, que sorrindo esclareceu: “O tesouro de Bresa já está em seu poder, pois graças ao livro você adquiriu grande saber, que lhe proporcionou os invejáveis bens que possui. Afinal, Bresa significa saber e Harbatol quer dizer trabalho. ”Com estudo e trabalho pode o homem conquistar tesouros inimagináveis. O tesouro de Bresa é o saber, que qualquer homem esforçado pode alcançar, por meio dos bons livros, que possibilitam "tesouros encantados" àqueles que se dedicam aos estudos com amor e tenacidade.
 
 
Benjamin Franklin dizia: “investir em conhecimento rende sempre os melhores juros”.
Conheça o Projetodo Auto-aperfeiçoamento, de Benjamim Franklin.
Leia também: Para que melhorar?

A Semente da Verdade

Esta parábola nos ensina, diferentemente do ditado popular “o mundo é dos espertos”, que a ética deve imperar acima de tudo. Infelizmente esta é uma realidade ainda pouco praticada pela maioria, que se corrompe facilmente pela vaidade e soberba.

Conto Folclórico Oriental
O imperador precisava achar um sucessor. Sem filhos, nem parentes próximos, ele decidiu chamar todas as crianças do reino. Thai foi uma delas. Ele era um ótimo menino. Dedicava-se ao jardim de sua casa e cada planta tocada por ele crescia viçosa e forte.
No dia marcado, dirigiu-se até o palácio, onde havia milhares de pequenos súditos. O imperador disse:
- Crianças, preciso escolher o meu sucessor entre vocês. Vou lhes dar uma tarefa. Aqui estão algumas sementes e quero que vocês a cultivem. O trono será daquele que me trouxer, daqui a um ano, a planta mais bonita.
Thai era um excelente jardineiro e com certeza faria muito bem o que o imperador pediu. Porém, por mais que se esforçasse, a semente não brotava. O menino fez tudo o que podia, mas seus esforços não adiantaram.
Até o dia de apresentar a planta ao imperador, a semente de Thai não havia brotado e o menino estava tão preocupado que não queria enfrentar as outras crianças; porém, seu avô disse:
 - Você é honesto. Vá até o imperador e diga a verdade. Sua dedicação foi máxima, mas a semente não brotou. Não se envergonhe, querido, apenas explique o que você fez, pois devemos sempre agir com honestidade, buscando a felicidade, sem que a nossa alegria faça alguém infeliz.
Thai obedeceu ao avô e foi ao palácio. Entretanto, ao chegar lá, ficou assustado, pois era a única criança que não levava consigo uma belíssima planta.
O imperador chamava as crianças e examinava os vasos. Não sorria e nem esboçava contentamento. Thai estava muito nervoso, pois se o imperador não havia até agora aprovado aquelas plantas maravilhosas, o que não diria de seu vaso sem nada?
Thai foi ficando para trás e, quando se deu conta, era o último da fila. Mas sua vez chegou e ele não poderia mais adiar o encontro com o imperador.
- Vejamos, meu jovem, o que tem aí para mim.
Thai não pôde mais evitar as lágrimas. Com a cabeça baixa, mostrou o vaso ao imperador e disse:
- Senhor, sou um jardineiro e uma de minhas virtudes é a perseverança, mas por mais que eu tenha me esforçado, a semente não brotou. Meu avô ajudou a pensar sobre o que fazer e optei por dizer a verdade, contar meu esforço e pedir-lhe perdão.
- Não se envergonhe, criança, você fez o certo. A sua grande virtude foi dizer a verdade, pois eu havia queimado todas as sementes e nenhuma poderia germinar. Portanto, você foi o único que, de fato, plantou a semente da verdade.


Julio Cesar Gravito de Oliveira

terça-feira, 6 de março de 2012

Trabalhe com Paixão

Na edição da Revista VOCÊ S/A de abril de 2011 possui uma matéria sobre motivação no trabalho com um professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro que, imagino, continuará válida por muito tempo.

Dois fatores são fundamentais para começar a pensar na carreira ideal: paixão e aptidão. A paixão você descobre quando, ao falar sobre um assunto, os seus olhos brilham. A aptidão é algo mais fácil de mapear. Você é apto para algo quando é melhor do que os outros ao exercer determinada atividade e é reconhecido por isso.
Como estruturar a mudança?
Depois de saber o que move você, o ideal é procurar informação em universidade e usar a sua rede de contatos para conversar com profissionais do segmento. Isso ajuda a saber quanto tempo um profissional vai ter de se preparar previamente para a transição – se precisa fazer cursos complementares ou até uma nova universidade.
Mudar de carreira pode manchar o currículo?
Se a mudança for bem estruturada, não. As empresas estão valorizando pessoas com conhecimento em diferentes áreas, com uma grande gama de competências, e dão oportunidades para quem quer mudar. É cada vez mais comum ver companhias que colocam o diploma como apenas mais uma das informações no currículo dos candidatos.
Por que muitos profissionais sentem tanta angústia em relação ao trabalho que têm?
O grande problema é buscar um referencial de sucesso que não condiz com nossos próprios valores. Muitos se comparam com colegas e pessoas públicas e constroem uma ilusão de felicidade total, que nunca será alcançada, já que a felicidade não está em ser como os outros são, e sim em satisfazer os próprios objetivos – sejam eles quais forem. A angústia só passa quando percebemos o que nos faz mal, entendemos por que nos sentimos desajustados no emprego e buscamos soluções. O importante é fazer algo que dê alguma satisfação.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Neologismos

Em nosso cotidiano, não é incomum depararmos com palavras que não são encontradas nos dicionários convencionais da língua portuguesa. Até mesmo quando escrevemos algo em um editor de texto, como o Word, por exemplo, alguma palavra pode parecer sublinhada, como é o caso da palavra implementar, dizendo ser um caso de neologismo.
Achei pertinente publicar em meu blog este artigo sobre neologismo por perceber que tem muita gente que confunde neologismos com erros ortográficos; pois são coisas muito diferentes.

Neologismo - Podemos criar novas palavras quando quisermos?
Por Sabrina Vilarinho

Neologismo é uma nova palavra criada na língua. Geralmente, ocorre quando o indivíduo quer se expressar, mas não encontra a palavra ideal, com o significado desejado.
Normalmente, a mídia traz perspectivas linguísticas diferenciadas dos vocábulos, principalmente na adição de sufixos e prefixos aos vocábulos, como em vietnização. A “linguagem das ruas”, ou melhor, dos grupos sociais, já é caracterizada pelo surgimento de novos termos nunca vistos antes ou influenciados por outros, mas que por si sós possuem um significado, é o caso das gírias.
A neologia do português existe porque a língua é viva, ou seja, é passível de mudanças constantes que podem vir a ser determinantes. Neste último caso, o neologismo criado passa a ser incorporado no dicionário de determinado idioma.
Existem três tipos de neologismo: o semântico, o lexical e o sintático.
O semântico é quando a palavra já existe, mas ganha uma nova conotação, um novo significado: Estou a fim de Fulano. (estou interessado). Beltrano, não vai dar, deu zebra. (algo não deu certo). Vou fazer um bico. (trabalho temporário).
O lexical é quando uma nova palavra e um novo conceito são criados: dibobis (tranquilo), furunfá (ter relação), catilanga ( mulher feia), etc.
O lexical ainda pode ser quando incorporamos letras a uma palavra que já existe: lambuzão (pessoa que se lambuza demais), abobado (aquele que é “bobo”, sonso), internetês (a língua da internet), fubazento (que provém de fubá, e quer dizer homem sem graça e feio), etc.
Já o sintático, é quando a expressão ou frase tem um significado específico: De cabo a rabo (do começo ao fim), Fazer um furo (noticiar primeiro), Fazer cera (fingir que trabalha), Fogo no rabo (excitado), etc.
O neologismo pode ser usado, desde que na fala, porque é próprio dela. Portanto, é certo criar palavras, desde que a pessoa tenha bom senso de saber onde e quando usar.

Leia também:
Estrangeirismo; Língua portuguesa; O desafio da Argumentação; Comunicação Eficaz

terça-feira, 20 de abril de 2010

Teoria das Restrições

A Teoria das Restrições (TOC - Theory of Constraints) é uma filosofia de negócios introduzida por Eliyahu M. Goldratt no seu livro A Meta, de 1984. Ela é baseada na aplicação de princípios científicos e do raciocínio lógico para guiar organizações humanas.

A TOC é baseada em um conjunto de princípios básicos (axiomas), alguns processos simples (perguntas estratégicas, passos para focalizar, causa-efeito), ferramentas lógicas (o processo de raciocínio) e é aplicável através da dedução lógica a áreas específicas como finanças, logística, gerência de projetos, administração de pessoas, estratégia, vendas, marketing e produção.
A TOC oferece princípios, idéias, ferramentas e processos para ajudar a responder 3 perguntas fundamentais:
1.O que mudar?
2.Para o que mudar?
3.Como causar a mudança?
Um dos primeiros passos nesse processo é descrever, através de um desenho simples, os principais sintomas percebidos de uma situação problemática e as suas causas aparentes. O benefício de se fazer isso é que fica muito mais fácil estabelecer relações entre causas e efeitos. E uma vez feito isso, o foco pode ir para a resolução dos pontos que causariam maior mudança positiva, se mudados.
A técnica da combinação da produção denominada tambor-pulmão-corda forma um ritmo a toda linha de produção. O tambor, principal recurso restritivo, dita o ritmo da produção. O pulmão são os estoques temporários colocados estrategicamente para o abastecimento ser contínuo. A corda obriga os demais componentes do sistema a manter o ritmo determinado pelo tambor. Segundo Goldratt na TOC a palavra chave deixa de ser gargalo e passa a ser restrição, a qual é definida como qualquer coisa que limita o sistema na busca do atingimento de sua meta.
A TOC sustenta que é essencial focalizar os esforços de melhoria no elo mais fraco da corrente, pois é ele que determina o desempenho global do sistema em estudo. Qualquer iniciativa de tentar melhorar outros elos que não o mais fraco não trará benefícios sistêmicos, e mesmo os potenciais benefícios locais poderão ameaçar a meta global.
De acordo com a TOC, toda organização tem - em um dado momento no tempo - pelo menos uma restrição que limita a performance do sistema (a organização em questão) em relação à sua meta. Essas restrições podem ser classificadas como restrições internas e restrições externas, ou de mercado. Para gerir a performance do sistema, a restrição deve ser identificada e administrada corretamente (de acordo com os 5 passos de focalização, mostrados abaixo). Ao longo do tempo a restrição pode mudar (porque a restrição anterior foi solucionada com sucesso ou por mudanças no ambiente de negócios) e a análise recomeça.

5 Passos de Focalização que fundamentam um processo de melhoria contínua:
1. IDENTIFICAR a restrição;
2. DECIDIR como EXPLORAR a restrição;
3. SUBORDINAR tudo à decisão acima;
4. ELEVAR a restrição;
5. SE a restrição for quebrada, VOLTAR ao início, mas não deixar que a INÉRCIA crie uma restrição.

Referência: Wikipedia

quinta-feira, 4 de março de 2010

O Significado dos Indicadores

Por Vicente Falconi

Tenho assistido em várias empresas a perda de tempo e recursos quando os indicadores são estabelecidos de forma errônea. Como dizia nosso finado mestre Ishikawa, o gerenciamento começa pelos indicadores. Tendo como objetivo clarear um pouco mais o tema, descrevo abaixo algumas características de um bom “item de gerenciamento” (indicador).

Um indicador deve estar associado ao método gerencial (PDCA)
Os japoneses deram uma designação certa para os indicadores, chamando-os de itens de controle. Só que, naquela época, eles cometeram um engano na tradução da palavra gerenciamento e utilizaram de forma imprecisa o termo controle (pensando em “controle de processos”). Teria sido melhor “item de gerenciamento” porque os indicadores devem sempre estar associados a um esforço gerencial (PDCA), do contrário não há sentido em se ter um indicador. Um indicador serve para conhecer sua lacuna, estabelecer meta em relação para ele, verificar o atingimento da meta, padronizar no sucesso ou tomar ação corretiva no fracasso. Não basta olhar para o indicador, ficar alegre quando o resultado é bom e em caso contrário triste ao contrário. Resumindo: um indicador, como o próprio nome diz, deve indicar uma ação gerencial.
Um indicador está sempre associado ao produto de um processo
A maioria das pessoas sempre pensa em processo como uma seqüência de atividades. É quase certo. Creio que a melhor definição mesmo é a do Ishikawa: “processo é um conjunto de causas”. Estas causas nem sempre estão “em linha”. Portanto, um “conjunto de meios” provoca determinado fim que medimos e chamamos de indicador (ou item de controle, ou ainda item de gerenciamento). Portanto um indicador mede sempre as características do produto (fim) de um processo.
Um indicador deve sempre ter um dono e refletir fatores controláveis
Já vi de tudo. Indicador sem dono, com dois ou mais donos, etc. Vi um caso em que, para cobrar certo indicador, era necessário haver dois diretores na sala. Sempre penso: “não vai dar certo”. E não dá mesmo!!! Um indicador tem que ter um dono e não mais que um. O processo gerencial é uma atividade em que se exerce a responsabilidade sobre os fins (representados pelos indicadores) e a conseqüente autoridade sobre os meios (processo). Não pode haver uma coisa sem a outra. Portanto, se o “conjunto de causas” estiver sob a autoridade do dono do indicador não se pode atribuir culpa de mau desempenho a outros.
Não pode haver muitos indicadores
Como os indicadores representam prioridades, não pode haver muitos indicadores para cada dono. Experiências fáceis de serem feitas mostram que os seres humanos conseguem guardar, em média, três itens na memória. Algumas pessoas excepcionais chegam a cinco. Por outro lado não dá para gerenciar mais do que isto.
Um indicador deve sempre ter uma regra
Se estou gerenciando certo processo, meus indicadores devem seguir “regras universais”. Que é isto? É o seguinte: tenho que arrumar meus indicadores de tal maneira que possa fazer julgamentos. Por exemplo: “custos de overhead devem cair sempre”. Portanto, se estou gerenciando os custos de overhead, quando estes sobem temos um caso grave que deve ser analisado profundamente, de tal forma que ações corretivas possam ser tomadas. Sabemos que os custos variáveis flutuam com o nível de produção. No entanto, se expressarmos os custos variáveis em valor por unidade produzida então poderemos ter como regra universal o seguinte: “custos variáveis por unidade de produto devem cair sempre”. Certa vez vi em uma empresa um “indicador” chamado “custos fixos”. Acreditei! A regra universal neste caso é “deve cair sempre”. Quando este indicador subiu criei o maior caso e deram-me várias explicações: a produção estava aumentando e as horas extras estavam subindo, etc. Mas hora extra não é custo fixo! Ou seja, não dá para misturar custos de naturezas diferentes pois neste caso não existem “regras universais” e, portanto, não temos critérios de julgamento. Estamos à deriva.
Existe uma hierarquia de indicadores
Os indicadores interagem entre si na estrutura empresarial num relacionamento causa-efeito. O chefe tem indicadores sobre os fins e sua equipe tem indicadores sobre os meios do processo do chefe. Do ponto de vista de cada membro da equipe, seus indicadores são estabelecidos sobre os meios do processo do chefe, que são os fins de seus próprios processos. Tem que haver um relacionamento matemático concreto entre estes indicadores de tal forma que, se todos forem atingidos, os indicadores finais da empresa também o serão. A “prova dos nove” seria colocar os indicadores numa árvore com seus componentes mutuamente exclusivos e complementarmente exaustivos.
Indicadores de melhoria podem ser temporários
Tenho visto empresas que padronizam indicadores. Nada mal padronizar indicadores operacionais. O problema é que indicadores de melhoria são estabelecidos sobre itens prioritários, naquele momento e naquele local, que se deseja gerenciar. Por exemplo: se uma empresa está com sua linha de produção totalmente cheia e não tem mais capacidade, não adianta brigar por mais volume de vendas. O que temos que buscar é a margem, possivelmente focar em mix, precificação e custos. Os problemas variam no espaço e no tempo e, portanto, também os indicadores! Se um problema está resolvido e você é benchmark mundial, melhor seria eliminar aquele indicador e buscar outro. De forma geral, os indicadores de rotina operacional (manutenção do valor) são mais estáveis e os de melhoria devem ser estabelecidos sempre sobre as prioridades locais e temporais.
Indicadores de rotina (operacionais) são mais estáveis
Os indicadores de rotina (operacionais) são mais estáveis porque a operação é repetitiva por natureza. Neste caso o que varia é a periodicidade das medições realizadas. Se existe uma operação pouco confiável temos que medir continuamente (um indicador representa uma inspeção). À medida que melhoramos a operação e esta se torna mais estável podemos ir reduzindo a periodicidade das medições. No momento em que temos a máxima confiabilidade numa operação, podemos reduzir as medições a um valor próximo de zero numa condição de garantia de qualidade.
Indicadores custam caro
Cada indicador tem um processo de levantamento de informações, análise e disposição dos dados, o que tem um custo. Portanto, temos que ter o cuidado de focar os indicadores de melhoria apenas naqueles itens que são os mais prioritários e procurar aumentar a confiabilidade dos processos de tal forma a reduzir substancialmente a periodicidade das medições e eventualmente eliminá-las.
O indicador líder numa empresa é sempre de caráter financeiro
Hospitais, escolas e até mesmo igrejas não funcionam sem dinheiro. Os recursos financeiros são o sangue de qualquer organização: a pressão e a temperatura têm que estar certas. Faltou dinheiro, faltou tudo. Desta forma, não poderá haver nada mais importante para uma empresa do que ter uma operação que gere um bom caixa. São os indicadores financeiros que mostram a excelência da operação. Além disto, o critério para priorizar ações gerenciais e, portanto, indicadores, devem ser sempre financeiro.

Estas são regras básicas. Convido os leitores a criarem outras. Se as regras básicas acima forem obedecidas por todos já melhora muito. Indicador é coisa muito séria e o início de um bom gerenciamento.
23/10/2006

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Teoria Geral da Administração

Precursores da Administração

Frederick Winslow Taylor (1856-1915)

Estadunidense, inicialmente técnico em mecânica e operário, formou-se engenheiro mecânico estudando à noite. É considerado o “Pai da Administração Científica” por propor a utilização de métodos científicos cartesianos na administração de empresas. Seu foco era a eficiência e eficácia operacional na administração industrial. Em 1911 publicou “Principles of Scientific Management” (Princípios de Administração Científica) – seu livro mais famoso.



Jules Henri Fayol (1841-1925)
Engenheiro e administrador francês, Henri Fayol foi um dos primeiros estudiosos a analisar a natureza da atividade empresarial, a formular uma teoria completa de gestão e a definir as principais atividades do gestor dentro das organizações: planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar. Em 1916, publicou o livro Administração Industrial e Geral que enfatizava a administração como o processo que garantia o desenvolvimento ordenado das atividades empresariais.

Henry Ford (1863-1947)

Industrial norte-americano considerado o precursor da indústria moderna. Inventou e implementou o conceito de “Linha de Montagem”, cujo princípio básico é o do ritmo, que consiste basicamente em abreviar o tempo de realização de um trabalho, através da simplificação das operações e do melhor aproveitamento das máquinas, criando, assim, um ritmo de produção contínuo e satisfatório.




Maximillian Carl Emil Weber (1864-1920)

Foi um intelectual alemão, jurista, economista e considerado um dos fundadores da Sociologia. Weber também é conhecido pelo seu estudo da burocratização da sociedade. No seu trabalho, Weber delineia a famosa descrição da burocratização como uma mudança da organização baseada em valores e ação (a chamada autoridade tradicional) para uma organização orientada para os objetivos e ação (chamada legal-racional). Seus estudos sobre a burocracia da sociedade tiveram grande importância no estudo da Teoria da Burocracia, dentro do campo de estudo da administração de empresas


Peter Drucker (1909-2005)
Filósofo, economista, escritor, professor universitário e consultor empresarial inovou ao criar o conceito de que o foco das empresas deve ser o cliente e não a produção. Peter F. Drucker é considerado o “Pai da Administração Moderna” por revolucionar as estratégias e conceitos de grandes empresas em todo o mundo; subentendendo-se a Gestão Moderna como a ciência que trata sobre pessoas nas organizações, como dizia ele próprio.
Peter Drucker afirmava que a empresa que conseguir vender o produto/serviço certo, para o cliente certo, com a distribuição adequada, por um preço adequado e no momento oportuno, verá seus esforços de venda reduzirem-se a quase zero, ou seja, a venda tornar-se-á automática em função de a demanda ter sido corretamente equacionada e trabalhada.

Taiichi Ohno (1912-1990)
É considerado o criador do Sistema Toyota de Produção e o pai do Sistema Kanban. Formado em Engenharia Mecânica no Instituto de Tecnologia de Nagoya, entrou para a Toyota Spinning and Wearing em 1932. Logo cedo na sua carreira ele expandiu as idéias desenvolvidas por Kiichiro Toyoda para reduzir perdas na produção, iniciando a experimentação e o desenvolvimento de metodologias de produção que diminuíssem o tempo de fabricação dos componentes principais dos produtos e a criação de sub-linhas de montagens que dessem suporte a linha de produção final.
Nos anos 40, Ohno foi diretor da Toyota e durante esse período a empresa estava à beira da falência e, por isso, não poderia fazer novos investimentos em equipamentos e novas invenções. Foi quando, nos anos 50, houve o início de uma longa colaboração entre Ohno, Shigeo Shingo, consultor de qualidade da Toyota, e Edward Deming, principal responsável da chegada ao Japão do Controle de Processo Estatístico, para criar um sistema de estratégia de manufatura que fizesse a empresa obter lucro e sustentabilidade para atingir o crescimento. Assim, Ohno desenvolveu o Sistema Toyota de Produção (Just in Time), o qual foi baseado em duas concepções: a primeira foi o sistema fundamental de produção publicado em 1926 por Henry Ford no livro “Today and Tomorrow” e a segunda foi a maneira de operação utilizada pelos supermercados dos Estados Unidos, observada por ele mesmo em uma visita feita em 1956 (os supermercados recolocavam mercadorias nas prateleiras a partir do momento em que elas eram vendidas).

Referência: Wikipedia

Afine o Instrumento

Stephen R. Covey, autor de “Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes”, ressalta em seu livro, dentre outros valores, a importância em preservarmos e melhorarmos nossa “capacidade de produção” (CP). O texto abaixo além de ilustrar muito bem esse valor, de forma análoga, apresenta uma históra que após reflexão pode ter grande aplicabilidade em nossas vidas.

AFIANDO O MACHADO

Conta-se que um jovem lenhador ficara impressionado com a eficácia e rapidez com que um velho e experiente lenhador da região onde morava, cortava e empilhava a madeira das árvores que derrubava. O velho lenhador era um homem tranqüilo, saudável, bem relacionado com todos e era tido como uma pessoa de coração bom, além de ser considerado o melhor lenhador de toda a redondeza. O jovem admirava-o e seu desejo permanente era de, um dia, tornar-se tão bom, senão melhor, que aquele homem, no ofício de madeira.
Certo dia, aquele jovem, finalmente, decidiu ir procurar o velho lenhador no propósito de aprender com quem mais sabia, e assim tornar-se o melhor lenhador que aquela cidade já tinha ouvido falar. Passados alguns dias daquele aprendizado, o jovem resolvera que já sabia tudo e que aquele velho não era tão bom quanto falavam. Sendo assim, o jovem decidira afrontar o velho lenhador, desafiando-o para uma disputa: em um dia de trabalho, quem cortaria mais árvores.
Aquele velho lenhador aceitou, sabendo que seria mais uma oportunidade de dar uma lição no jovem arrogante. E assim fizeram. Reuniram testemunhas, formaram comissão julgadora, organizaram torcida, delimitaram as áreas onde seriam cortadas as árvores e, no dia escolhido para o confronto, lá se foram os dois decidir quem seria o melhor.
De um lado, o jovem, forte, robusto e incansável, mantendo-se firme, cortava as suas árvores. Do outro, o velho lenhador, desenvolvendo o seu trabalho, silencioso, tranqüilo, também firme e sem demonstrar nenhum cansaço. Num dado momento, o jovem olhou para trás a fim de ver como estava o velho lenhador e qual não foi a sua surpresa, ao vê-lo sentado. O jovem riu e pensou: Além de velho e cansado, está ficando tolo; por acaso não sabe ele que estamos numa disputa? E assim, ele prosseguiu cortando lenha sem parar, sem descansar um minuto.
Ao final do tempo estabelecido, encontraram-se os dois e os representantes da comissão julgadora foram efetuar a contagem e medição e, para admiração de todos, foi constatado que o velho havia cortado quase duas vezes mais árvores que o jovem desafiante. Este, espantado e irritado, ao mesmo tempo, indagou-lhe qual o segredo para cortar tantas árvores, se, uma ou duas vezes que parara, apenas para olhar, lhe vira sentado bem tranqüilo, enquanto ele não parou um só minuto. O velho, sabiamente respondeu: Todas as vezes que você me via sentado, eu não estava simplesmente parado, descansando; Eu estava afiando o meu machado!

É comum, as pessoas partirem para a ação, sem antes planejar de que forma executarão o que pretendem. E você, pára em momentos regulares para planejar e afiar o seu machado?
Considere que um machado cego (falta de planejamento), é sinônimo de re-trabalho e normalmente gera dificuldade nos resultados, já um machado amolado (planejar) economiza tempo, dinheiro e energia e proporciona condições de melhorar o seu desempenho.
Agora é com você!

Autor desconhecido

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O Projeto do Auto-Aperfeiçoamento

Aos 26 anos, Benjamin Franklin decidiu atingir a "perfeição moral" e estabeleceu um plano para as treze virtudes que ele considerava essenciais, que eram:

1 - TEMPERANÇA "Não coma demasiadamente; não beba até embriaguez."
2 - SILÊNCIO "Não diga nada além daquilo que beneficie outros ou você mesmo; evite conversas tolas."
3 - ORDEM "Mantenha todas as coisas em seus devidos lugares; faça com que cada parte de seu negócio tenha o seu próprio tempo."
4 - RESOLUÇÃO "Decida realizar aquilo que você quer; realize sem erro o que você resolver."
5 - SOBRIEDADE "Não tenha despesas além daquelas que proporcionarão o bem aos outros ou a você mesmo, isto é, não desperdice nada."
6 - DILIGÊNCIA "Não perca tempo; esteja sempre ocupado com algo útil; elimine todas as tarefas desnecessárias."
7 - SINCERIDADE "Não cometa fraude; pense inocentemente e com justiça; e, se você falar, fale verdadeiramente."
8 - JUSTIÇA "Não erre, prejudicando os outros ou omitindo os benefícios que são de sua obrigação."
9 - MODERAÇÃO "Evite extremismos; não fira os outros, apesar de achar que mereçam."
10 - LIMPEZA "Não tolere sujeira no corpo, roupa ou habitação."
11 - TRANQÜILIDADE "Não fique nervoso por ninharias ou com acidentes comuns e inevitáveis."
12 - MODÉSTIA "Dê vital importância apenas a saúde e o bem-estar; evite a estupidez, fraqueza e as coisas que possam prejudicar você e os outros."
13 - HUMILDADE "Imite Jesus Cristo e Sócrates."

"Como minha intenção era adquirir o hábito de todas essas virtudes, achei que seria bom não distrair minha atenção tentando tudo ao mesmo tempo, mas fixar-me em uma delas de cada vez. Quando tivesse dominado aquela, passaria para outra e assim por diante, até ter passado por todas as treze."

Fonte: Wikipedia

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Leonardo da Vinci

Leonardo da Vinci (1452 - 1519), um erudito italiano, considerado uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento. Embora conhecido principalmente como pintor, também se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. É ainda conhecido como o precursor da aviação e da balística. Leonardo frequentemente foi descrito como o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos, e como possivelmente a pessoa dotada de talentos mais diversos a ter vivido.

Evidentemente não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, porém através de suas citações presume-se que ele além de ser dotado de extraordinária inteligência também possuía uma respeitável sabedoria.
Eis algumas das citações de Leonardo da Vinci que eu mais gosto:
“A experiência nunca falha, apenas as nossas opiniões falham, ao esperar da experiência aquilo que ela não é capaz de oferecer”.
“A simplicidade é o último grau de sofisticação”.
“Não há coisa que mais nos engane do que o nosso juízo”.
“Que o teu trabalho seja perfeito para que, mesmo depois da tua morte, ele permaneça”.
“A paciência faz contra as ofensas o mesmo que as roupas fazem contra o frio; pois, se vestires mais roupas conforme o inverno aumenta, tal frio não te poderá afetar. De modo semelhante, a paciência deve crescer em relação às grandes ofensas; tais injúrias não poderão afetar a tua mente”.
“Quem não pode o que quer, queira o que pode”.
“Nunca imites ninguém. Que a tua produção seja como um novo fenômeno da natureza”.

Julio C. de Oliveira